BOAS VINDAS

SEJAM BEM-VINDOS AO ICAPUÍ POÉTICO.OBRIGADO PELA VISITA.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

TIRA E BOTA

 Profº Antônio José

Leitor deste meu poema
Queira me compreender
A brincadeira é com bota
Com tira quero fazer
Uma trança colorida
Para a cabeça querida
Que bota pra derreter

Bota e tira, tira e bota
Como minhoca de areia
Se bota todos os dias
Nunca bote sem as meias
Faça sempre uma revista
Pois bota longe da vista
É aranha que vagueia

Tira vai para o tapete
E também para a fornalha
Bota no pé do vaqueiro
Tira que a gente agasalha
E assim a gente bota
Tira dando cambalhota
Olha a tira de malha!!!

Brincando com as palavras
O poeta bota e tira
A bota é de couro fino
A tira é da minha mira
Isso é coisa de poeta
Que deixa gente pateta
Quando escuta o som da lira.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

AVANÇO DO MAR

Profº Antônio José

Senhores e senhoras
Do litoral, do sertão
Da cidade de concreto
Das dunas de algodão
O poeta está aqui
Nas praias de Icapuí
Vendo a destruição

O mar que vejo agora
Da minha rede singela
As ondas, suas espumas
Observo da janela
A natureza é boa
Encanta qualquer pessoa
Uma linda aquarela

Mas a ação da criatura
Contra o bem do criador
Provoca alguns desastres
Aqui ou no Equador
Um exemplo é a maré
Que avança quando quer
Expulsando morador

Nas Barreiras da Sereia
O caso chama atenção
A escola que dei aula
Na minha admissão
Já não reconheço agora
Com o mar vai indo embora
Sem nenhuma solução

O povo daquela vila
Chora a desolação
Há quem suba em tabuleiro
Com a dor no coração
Pois deixar o seu nascente
E começar de repente
É rodar como pião

A estrada que andei
Com minha bicicletinha
Nas minhas idas e vindas
A maré também definha
O que era uma vila
Hoje é uma armadilha
Para uma criancinha

Mas o povo do lugar
Pescador das madrugadas
Comerciantes atingidos
Crianças encurraladas
Clama por ação urgente
Que do Palácio potente
Deve vir em disparada

E assim vou terminando
O meu cordel delicado
Anunciando a justiça
Que Deus tem me revelado
Para com rima e verso
Do mal cantar o inverso
Para quem vive isolado
 POLUIÇÃO SONORA

Profº Antônio José

O poeta das Barreiras
Vem nesta composição
Denunciar um problema
Que aflige a população
Um problema corriqueiro
De janeiro, a janeiro
A tal da poluição.

A poluição sonora
Causa danos ao ser humano
Tira o sossego do povo
Com barulho desumano
Faz da paz aquele inferno
No verão e no inverno
Num frenesim leviano

Morar em lugar tranquilo
Na calmaria e na paz
Ouvindo o som das ondas
E o canto dos animais
É um direito sagrado
Que não pode ser perturbado
Por paredões imorais

A praia é um ambiente
Que mora gente de bem
Gente que tem seus direitos
E não cede pra ninguém
Mas denuncia o desrespeito
A todo e qualquer sujeito
Seja aqui ou mais além

Quem tem o seu paredão
E acha que pode usá-lo
Em todo e qualquer lugar
Venho aqui para informá-lo
Sobre lei ambiental
Que pune quem faz o mal
Sem querer desagradá-lo

O poeta usa o verso
Em prol da cidadania
Escreve para os leitores
Seja de noite ou de dia
Enaltece a coisa boa
Que chega nessa canoa
Mas a ruim denuncia.

Não posso ser conivente
Com barulheira importuna
Com ruídos estridentes
Que dói até na coluna
Sem falar na audição
Na criança e no ancião
Que mora nessa comuna

Só queremos o silêncio
Que a vida nos legou
O ruído só dos pássaros
Esse nobre cantador
E o barulho do mar
Que soa para acalmar
Ao mais simples morador.

Findo a minha composição
Pedindo mais vigilância
Que as nobres autoridades
Deem a devida importância
A esse problema gritante
Que incomoda ao visitante
E ao nativo de infância.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

PARA NÃO FICAR CALADO
 
Profº Antônio José


TEM COISAS QUE INSPIRAM A GENTE
QUE LEVAM A GENTE A FALAR
COISAS QUE ACONTECEM NA VIDA
QUE NÃO SE SABE EXPLICAR
SÃO COISAS DO DIA-A-DIA
ALGUMAS CAUSAM AGONIA
OUTRAS VÊM PRA INDIGNAR.

SÃO FOFOCAS EM PLENA RUA
SÃO MENTIRAS EM PLENO AR
É A MÁ VONTADE DO VIZINHO
É A RASTEIRA PRA DERRUBAR
É A INVEJA DO OUTRO LADO
É ALGUEM TORCENDO ERRADO
PARA A BARCA NÃO NAVEGAR.

É O JORNALISMO TENDENCIOSO
COM GRANDE ESPECULAÇÃO
É A NOTÍCIA TRANSVESTIDA
DE INTERESSE DO PATRÃO
É A CRÍTICA PELA CRÍTICA
SÃO PICUINHAS POLÍTICAS
SEM PROPOSTA, SEM AÇÃO.

SÃO COISAS QUE O POETA
VER COM LINHAS DE POESIA
SÃO VÍCIOS, SÃO FRUSTRAÇÕES
É MUITA DEMAGOGIA
SÃO ESTRUTURAS DE FERRO
QUE CAEM ECOANDO BERRO
SEM VENTO, SEM VENTANIA.

VOU FINDAR O MEU CORDEL
COM VERSO DE MARESIA
VOU DEIXAR MINHA MENSAGEM
ATRAVÉS DA POESIA
VOU REVELAR PRA TODO POVO
QUE O VELHO SE FAZ NOVO
DEPENDE DA OLARIA.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Pense num barraco


Profº Antônio José
 
Meu senhor, minha senhora
Volto de muitas andanças
Escrevo o que observo
Com o jovem e a criança
Falo de tudo e de nada
De barraco na estrada
De  gente sem segurança
 
Observo este barraco
 Com gente por todo lado
Homem que não bota força
Força que faz homem hernado
E o barraco vai embora
Sai por esse mundo afora
Pelos homens é levado
 
Não sei para onde vai
Esse barraco de madeira
Se vai pousar lá no morro
Se vai descer a ladeira
Mas posso aqui protestar
Barraco tem que acabar
Na rua e na capoeira.
 
Vou terminar meu cordel
Sem barraco nesse chão
Moradia é coisa séria
Na cidade e no sertão
Todo mundo tem direito
Morar com todo respeito
Numa digna habitação.
 

domingo, 8 de setembro de 2013


Quando eu morrer

         
Profº Antônio José
                 
Quando eu morrer
Não quero choro nem vela
Não quero urna de vidro
Não quero fita amarela
Não quero lágrimas rolando
Não quero filhos brigando
Não quero partir sem ela

Quando eu morrer
Não quero lamentação
Não quero preto no preto
Nem mortalha no caixão
Não quero túmulo de ouro
Nem tristeza, nem agouro
Não quero a escuridão

Quando eu morrer
Quero festa de poesia
Quero verso, quero rima
Quero bastante alegria
Quero alguém recitando
Um poema e cantando
Com muita diplomacia.

Quando eu morrer
Quero um velório diferente
Quero flores do quintal
Quero o canto do repente
Quero o toque da viola
Quero muita cantarola
Quero Deus também presente

Quando eu morrer
Quero um velório ético
Quero amigos verdadeiros
Quero um canto profético
Quero a Biblia, o meu guia
Quero um livro de poesia
Quero um funeral poético.