No restaurante
Profº Antônio José
O que vou contar agora
É ficção de verdade
Estava eu numa cidade
Quando a fome me devora
Disse naquela mesma hora
Vou matar essa danada
Nem que seja uma queijada
Como sem perguntar preço
Pois a fome é um tropeço
Na vida do camarada
Lá vou eu ao restaurante
Olho e vejo muita comida
Só Deus sabe a barriga
De um pobre acompanhante
Pego o prato num instante
E pergunto a uma senhora:
“O que posso pegar agora
Diante de tanta variedade”?
Ela responde com bondade:
“Tudo moço, essa é a hora”!!!
Pergunto para a senhora:
“Posso eu encher meu prato”?
“Ela disse sim, com um trato
Não jogar comida fora
Saiba você nessa hora
A sobra aqui tem um preço
Deixe aqui seu endereço
Para qualquer informação
Hoje temos promoção
Coma sem nenhum tropeço”
Fiquei muito animado
Mas algo me invocou
Comer tudo eu não vou
Pois osso fica de lado
Como vou deixar zerado
O prato nesse contrato
Vou chamar o cão, o gato
Para limpar direitinho
Os ossos desse pratinho
E ficarei muito grato
E assim eu me livrei
De pagar aquela sobra
Pois osso não sai em obra
Mesmo sendo ela de rei
Pagar o que não usei
É injustiça eu confesso
Nessa hora um manifesto
Apareceu com bandeira
Todos contra a roubalheira
Do Brasil. do universo