BOAS VINDAS

SEJAM BEM-VINDOS AO ICAPUÍ POÉTICO.OBRIGADO PELA VISITA.

sábado, 22 de outubro de 2011

S.O.S

Profº Antônio José
Chamo-me Icapuí
No leste do Ceará.
Ainda sou uma criança
E nunca perdo a esperança
De um dia disparar.

Nasci da luta do povo
Que gemia no abandono.
Esse povo era oprimido,
Por um grupo, esquecido,
Querendo ser o seu dono.

Mas a justiça prevalece
Na hora determinada.
Os meus pais sempre lutam,
Os meus filhos me disputam,
Mas me sinto envergonhada.

Poderia ser uma criança
Ou mesmo uma adolescente
De saúde nota mil,
De educação no Brasil,
Um exemplo diferente.

Na cultura, no esporte,
Na segurança também.
Na geração de emprego,
Onde meu povo pede arrego,
Mas só se dá o que tem.

Sou uma CANOA VELOZ,
Mas por que me chamam assim
Se me sinto atolada,
Nessa lama desgraçada,
Que jogaram sobre mim?

Por que viver na lama
Se sou cercada de mares?
Meu povo é navegador,
Meu grito é libertador,
Meus sonhos são salutares!

Mas é hora de esperança,
De apostar no diferente.
Falo como uma cidade
Que quer ter velocidade
Com Jerônimo e com Vicente.

Essa dupla são meus filhos
Como vocês também são.
Conhece o meu dia-a-dia,
Sabe da minha agonia,
E juntos me salvarão.

Sei que o meu começo
Não foi de tudo genial.
Mas agora é diferente,
Com Jerônimo e com Vicente,
Penso ter um bom final.

Pense numa dupla serena
Com meta inovadora.
Já passou pelo deserto,
Sabe o errado e o certo,
Dela sou a professora.

Mas se houver desventura
E eu não sair do lugar.
Continuar no atoleiro,
De janeiro a janeiro,
Vou apostar em Cadá.

E assim vou terminando
O meu S.O.S estridente.
O meu povo é guerreiro,
Recebo muito dinheiro,
Posso ser bem diferente.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

ARRIBAÇÃO


Profº Antônio José

Você amigo leitor
Queira agora me escutar.
O assunto é importante
Que tenho pra lhe falar.
A escola é um lugar
Que todos devem amar
Do fundo do coração,
Mas há gente ignorante
Que perde uma bela chance
Pra viver de arribação.

Tem aluno que inventa
O que você nem imagina.
Aparece com doença 
Do tempo da lamparina.
É uma dor de cabeça
"Não deixe que eu pereça"
Pede logo pra ir embora.
Outro tem uma fadiga
E uma dor de barriga
Só pra sair da escola.

Tem menina muito esperta
Que vive com dor de cólica.
Essa dor sempre aparece
Não como energia eólica.
Mas ainda tem professor
Que diz ser educador
E vai na conversa dela.
Eu prefiro olhar a sujeita
Pra saber se ela é direta
Ou é coisa de novela.

Todo dia é uma secura,
Uma tal de mijadeira.
Pede pra sair da sala
E vai deixando a cadeira.
Se a gente não deixar
A criatura urinar
Fica logo mui zangada,
Mas é preciso ter cuidado
Às vezes é papo furado
Ou a bexiga arriada.

Também tem aquele aluno
Que mais parece um turista.
Está sempre viajando,
Mas nunca ler uma revista.
Esse quando aparece
Há quem diga nem merece
Um pouco de atenção.
Ele gosta de uma conversa
E faz tudo bem depressa
Como quem sai da prisão.

E pra acabar o cordel,
Tem o aluno lapiseiro.
Esse a ponta do seu lápis
Está quebrada o dia inteiro.
Ele mostra o seu querer
E só faz o seu dever
Se tiver uma solução.
Pede logo pra sair
O danado quer curtir
E viver de arribação.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011


MORENA


Profº Antônio José

Em meio ao contraste do verde marinho e do azul celeste
Numa praia de dunas, tabuleiros, ventos e coqueirais,
Tu morena desencantas e encantas de leste a oeste, 
Distribuindo alegria por onde passas, por onde vais.

Teu jeito é cheio de graça, tua vida uma caixa de diversão.
Trabalhas o dia inteiro porque não vives sem alimento,
Seja com a vassora, o alicate ou pano no chão,
Tu encaras a labuta, precisas de sustento, de pagamento.

E assim é a tua vida nessa praia de encantos mil,
Numa escola de sonhos onde a certeza do agasalho
É a incerteza de um amanhã que pode nascer sem brio,
Mas isso não é motivo para tristeza no teu trabalho.

Pois tua vida tem raízes  numa geração sonhadora,
Que para ser conhecida não precisa está na NET.
Basta de uma oportunidade, pode ser uma vassoura
E o trabalho vira arte, nas tuas mãos, oh Janete!!!

Homenagem a JANETE, funcionária da E.E.F.Profª Joana Marques Bezerra pela passagem de mais uma primavera em 20 de outubro de 2011. PARABÉNS!!!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

REBOLADO

Profº Antônio José

Os olhos são dois faróis
Que brilham na escuridão.
Seja de noite ou de dia,
Teu rebolado guria ,
Não ouve a voz da razão.

Quando passas em uma rua
Todo mundo quer te olhar.
Teu corpo é uma viola,
Que toca quando rebola,
Uma melodia sem par.

És a atração das praias,
Das avenidas e das praças.
O povo fica encantado
Com esse teu rebolado
Pois ele é cheio de graça.

Teu corpo é uma escultura
Obra do grande criador.
Teu quadril, um monumento,
Teu rebolado, encantamento,
Assim quis nosso Senhor.

E se isso não é tudo
És um belo avião.
Um ajato que decola
Quando passas e rebola
Esse teu corpo padrão.

Aqui termina um poema
Que vai além da razão.
Seja de noite ou de dia,
Teu rebolado guria,
É a minha inspiração.

domingo, 16 de outubro de 2011

PASSARELA


  Profº Antônio José

É uma quinta-feira,
A tarde é bela.
Tem gente sorrindo
Porque está indo 
Para a passarela.

Vamos ou não vamos?
Eis a questão.
Cadê o transporte?
Mas que falta de sorte!
Não tem condução?

Chega uma notícia
Com ar de emoção.
Vem ou não vem?
Estar vindo alguém
É seu Damião.

Todo mundo entra.
É uma animação!
Ele olha de lado
Ver o ônibus lotado
"Quer uma arrumação"!

Mas fomos embora
Para Requenguela
Conhecer o projeto
Que mostra de perto
Coisas muito belas.

Eis a estação
Para apreciar.
Hora da palestra,
Tudo é na pressa,
Temos que voltar.

Depois da palestra
Têm mudas pra olhar.
É mangue pretinho
Vermelho, ratinho
Para observar.

Feita a observação
Da linda aquarela,
Fomos caminhar
Ao encontro do mar
Numa passarela.

Lá é muito bonito
Pra se observar:
Crustáceos, mariscos
Canetas, petiscos
Que nascem do mar.

Chegamos ao fim
Com muita alegria.
Voltamos pra casa,
Pássaros com asas,
Cantando poesia.