UMA POMBA NA MÃO

Profº Antônio José

Um menino muito astuto

Foi numa casa isolada

E viu uma ave presa

Que estava engaiolada

Grande foi sua revolta

Logo olhou a sua volta

E ninguém fazia nada.

Então se aproximou

Da ave com piedade

E disse em tom sereno:

“Eu não tenho maldade

Como o teu dono cruel

Que te prendeu como réu

Mas te dou a liberdade"

Foi aí que o garoto

Lançou mão do alçapão

Saiu disfarçadamente

Fugindo na contramão

E num local sem vitrola

Abriu aquela gaiola

E a pomba disse: "não".

"Antes de sair daqui

Quero lhe dar gratidão

Ah se todos os garotos

Tivessem a sua visão

As aves eram felizes

Do curió as perdizes

E não existia alçapão".

O garoto comovido

Com tão bela lição

Botou o braço na gaiola

E trouxe a pomba na mão

Olhou pra ela e falou:

"Assim diz Nosso Senhor

Teu mundo é a imensidão"

Nessa hora, a pombinha

Levantou asa e voou

E logo mais adiante

Num galho seco pousou

E disse para o menino:

“Sou dono do meu destino

Você não vai pra onde vou.”