VELHICE
Meu amigo camarada
Ouça o que vou falar
A velhice quando chega
Tudo tende a mudar
A vigor da juventude
O tempo tem que levar
A pele fica enrugada
O cabelo esbranquiçado
A visão com catarata
O linguajar enrolado
A tremedeira não cessa
Na hora de um guisado
A coluna é condenada
Seja de noite ou de dia
As dores estão presentes
Nos ossos e na bacia
O coração fica fraco
Como mastro em ventania.
As doenças aparecem
E têm nome interessante
Se não é osteoporose
É infarto fulminante
Tudo é muito diferente
Nada é como era antes.
Até o fogo do corpo
A velhice faz consumir
O que antes aumentava
Agora vai diminuir
Tudo está muito cansado
Só há tempo pra dormir.
Mas a velhice tem valor
Isso eu não posso negar
Somente quem já viveu
Do passado pode falar
Que tal ser um novo velho
Se um velho novo não dá?
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